Demais entrevistados daquela tarde:
Em companhia do Sr. José estava o Sr. Barrufi, que fez questão de opinar sobre a personalidade de Miguelzinho:
Miguel Barrufi. Morador da Vila, coincidentemente mesmo nome de batismo do líder da vila, caracteriza o líder Miguelzinho como um homem inteligente e de boa índole. Mesmo tendo ido embora, retornou para a vila onde viveu por muitos anos e ali morreu de causas naturais. Foi sepultado naquele cemitério criado pelos seus primeiros fundadores, líderes da comunidade.
Manoel Feliz dos Santos. Pai de Hélio e sogro de Juliana, nos seus então 70 anos, conta em maiores detalhes como conheceu o lugar. Sua família é oriunda de Santo Antônio da Patrulha e lá nasceu. Lembra que seu pai trouxe sua mãe Maria Joana, com câncer, para se curar pela fé e pelas mãos do curandeiro prescrevendo seus chás. Seu Manoel conta que ela resistiu na Vilinha apenas por seis meses.
Lembra também que depois de moço, vinha até a vilinha cantar em Ternos de Reis, no povoado que ali persiste...
A estas alturas das entrevistas, já estávamos em baixo de um abrigo no corredor do Cemitério de onde ouvimos, para surpresa minha, a esposa do Sr. Barrufi chamá-los para o café que esfriava. A voz abafada pelo mato em volta, vinha da porta da frente da casa; bastava atravessar a rua que separava o cemitério da residência para o café da tarde...lá se iam as horas: 15h30min daquela tarde surpreendente na Vila Miguelzinho.
Ali nos despedimos dos entrevistados, Sr.Colombo e Sr. Miguel.
O Sr. Colombo não mora na Vila. Naquela tarde veio da Borússia para visitar sua irmã e cunhado. Seu Manoel, o caroneiro? este subiu a serra comigo... Coincidencias...?
Quanto a nós, fizemos lanche rápido, ali mesmo nas bancadas da cobertura de descanso dos visitantes aos sepulcros, para não dizer que lanchamos dentro do cemitério com todo respeito.
Tínhamos muito mais para ver daquele lugar que me surpreendia a cada minuto porque a Vila Miguelzinho não é apenas formado por um cemitério que eu julgava abandonado.
È uma vila mesmo, povoada, embora a maioria das ruas sejam estreitas, em estrada de chão, com armazém, residências estilosas e curiosas.... Subindo em direção ao centrinho, lembrei do que afirmou o Sr. Colombo: o cemitério fica na parte baixa do lugar e que as famílias com melhor condição financeira compravam seu lote de terra na parte de cima onde ficava a Igreja e a casa de Miguelzinho.
Ao fundo ruas mais estreitas e suas casas baixinhas persistem às modernidades.
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