A vila que ia se formando pelos seguidores de Miguelzinho que compravam seus respectivos lotes, era precária como descreve os jornalistas Saadi e Vidarte do Correio do Povo no ano de 1952-53 que para lá seguem. Abaixo reescrevo o furo jornalistico por ser difícil sua leitura pela baixa qualidade da impressão que o tempo provocou no recorte:
"Correio do povo:
Reduto de Fanáticos em Santo Antonio.
Centenas de Colonos abandonaram suas terras e foram se agrupar em torno do Chefe de estranha seita religiosa.
Mais de 1000 pessoas, entre homens, mulheres e crianças, vivem em palhoças, no vale de "Arroio Guimarães".
Uma denúncia à polícia sobre a morte de uma criança, leva a reportagem até o local- Fetichismo, curandeirismo e outras práticas exóticas do "mestre Miguelzinho"- Um grave problema social em perspectiva- é proibido cortar o bigode".
Conforme a oralidade, seus adeptos moravam em casinhas improvisadas, algumas feitas até de papelão, outras com pedaços de tábuas e direto no chão batido, com telhado de macega.
Comentários de Padre Wunibaldo sobre Miguelzinho:
Também Padre Wunibaldo em seu livro “ Santo Antonio da Patrulha nas memórias do Padre Wunibaldo.1954.p.46-47) descreve este lider:
“Nunca existiu em Santo Antônio da Patrulha um padre com o nome de Miguelzinho. Quando cheguei em Santo Antônio, já encontrei no interior do município um núcleo de fanáticos, chefiados por um tal de Miguelzinho, isto precisamente na localidade denominada – Fundo Quente- fronteira à capela da Linha Rio dos Sinos, no outro lado do Rio do mesmo nome.
Contaram-me que este tal de Miguelzinho, para ganhar a vida mais facilmente e sem trabalhar, começou como curandeiro, ministrando a seus clientes, poções de chás, feito de ervas......... terminando por fundar uma nova seita religiosa, misturando cristianismo e espiritualismo. Pessoalmente nunca tive contato direto com este grupo...."
Em seu livro de memórias, muitas histórias são contadas sobre Miguelzinho. E as pessoas que viveram aquela época, contam outras tantas. |