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Marina Raymundo da Silva
Marina Raymundo nasceu na cidade de Taquara e é moradora da cidade de Osório.Professora com formação em História.Fez curso de Folclore,é mentora do Arquivo Histórico Municipal Antonio Stenzel Filho, sócia fundadora da Associação de Estudos Culturais e membro da Comissão Gaúcha de Folclore.
A motivação pelo resgate de memórias surge dentro das disciplinas afins da faculdade. A partir da primeira pesquisa, publicada no a...Vizualizar perfil completo
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15/08/2022 Agosto.Folclore
14/07/2022 A formação da Vila Miguelzinho- Parte IX.Interpretando.
13/07/2022 A formação da Vila Miguelzinho-Parte VIII
13/07/2022 A formação da Vila Miguelzinho-Parte VII
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05/07/2011
Capítulo I - O Vento e o Tempo

Não temos aqui a intenção de fazer o diferencial. Minha missão é colaborar, participar de discussões, favorecendo a quem tem o gosto pelo conhecimento.

O município de Osório estendia-se de Palmares do Sul a Torres. Uma rota açoriana, com certeza. Com este perfil abriremos os textos somando junto aos internautas o conhecimento, a grande obra da vida e que certamente nos traz luz.

A Província de Rio Grande de São Pedro ( Rio Grande do Sul) foi uma zona de intenso conflito nos primórdios das grandes descobertas territoriais. Isto porque o Tratado de Tordesilhas, acordado em Tordesilhas, entre as duas maiores potências Ibéricas da Idade Moderna, no de 1494, Espanha e Portugal, teria a incumbência de evitar maiores discussões sobre a quem pertenceria domínios achados ou por descobrir. Então, através de uma linha imaginária- meridiano- partindo a 370 léguas das ilhas de Cabo Verde dividia entre si o mundo conhecido e por conhecer. A parte que ficava a leste da linha, seria de Portugal; e a parte que ficava a oeste, da Espanha. Assim, o Meridiano passando de Norte a Sul na parte que compreende o Brasil, atinge exatamente, do Pará Laguna. Dali em diante, a linha recai no oceano. Portanto o Rio Grande do Sul pertencia Espanha. Logo, logo, surgem os conflitos sobre esta região. Avanços pela posse territorial, de ambos os lados, foram constantes.

A Coroa portuguesa alegava não estar esclarecido no Tratado, em qual das ilhas partiria a contagem das 370 léguas . Daí, mais um acordo entre as duas potências de que deveria haver uma região neutra, entre as lagoas Mangueira e Mirim, delimitando os respectivos espaços sobre aquela região conflitante e que foi denominada Campos Neutrais. Mas nada disto adiantou. Portugal avança territórios, assim como Espanha também o faz. Nos primeiros tempos a ocupação foi, na maioria das vezes, uma ocupação militar, com a construção de Fortalezas, Presídios ou Fortes, delimitando fronteiras em território ocupado. Também havia a atividade missioneira tanto da parte dos espanhóis como da parte dos jesuítas portugueses.Por mais de 200 anos Bulas Papais, muitos Tratados, acordos e guerras foram travados em nome do poder. Por fim, o território que hoje se configura o Estado do Rio Grande do Sul, fala a língua portuguesa.

Para estes parágrafos acima, lancei mão das obras dos autores: Guilhermino Cesar - História do Rio Grande do Sul, período colonial; e de Sandra Pesavento- História do Rio Grande do Sul.

Território então desconhecido pelos brancos de alcunha “civilizados”, mas não desconhecido por parte dos homens primitivos, de cultura própria, vivendo em harmonia junto natureza que tudo lhe dá se não houver interferência.

De natureza nômade, atento s virações naturais, de tempos em tempos, o índio tupi-guarani descia a Serra Geral em busca do alimento necessário oriundos de vias aquáticas: lagoas e rios, ou da imensidão do mar, e da caça abundante abatidas pelos exímios caçadores ao percorrerem os campos que se entremeiam s serras e s águas doces cristalinas. Daí a presença de sambaquis na costa litorânea. Praticamente todos já extintos ou descaracterizados pela falta de esclarecimento da população que os destrói. Pesquisar estes vestígios humanos auxilia no conhecimento da história primitiva destes ancestrais.

A primeira interferência cultural dos civilizados foi a investida, tanto dos jesuítas lusos, como dos jesuítas espanhóis que vieram para o sul, para as bandas do rio da Prata, Rio Grande e Rio Pardo com o intuito de cristianizar o indígena.

Em uma destas viagens em direção s Missões do Paraguai e do Chile, ao procurar abrigo para um eventual ataque de piratas ingleses, por falha do Capitão da nau francesa Duc le Chartres, aproxima-se muito da costa e naufraga. Dos trinta jesuítas a bordo, seis apenas sobrevivem com mais alguns padres, nas imediações do Tremendi- rio Tramandaí. Era o ano de 1744. (*Jesuítas em Mostardas. RS. Pe. Arthur Rabuske,S.J).

Nos dois primeiros dias os sobreviventes dedicam-se a resgatar das águas mantimentos e a enterrar seus mortos. Depois tomam rumo sul, em direção a Rio Grande. Em dez dias de viagem chegam Guarda do Bojuru, em Mostardas. É neste episódio que temos a primeira parte, verdadeira, da lenda de Nossa Senhora da Conceição.

Durante os poucos dias de permanência nas praias do Tremendi, nas terras da Fazenda do Arroio, supõe-se que os Jesuítas tenham perdido a imagem de uma santa, talhada em madeira durante a travessia do arroio, porque a tradição oral fala do achado desta santa encontrada pelos escravos no ano de 1744, flutuando no arroio da Fazenda do Arroio e que a levam para a senzala. Lá, passam a venerá-la e a lhe chamar de Nossa Senhora da Conceição.
       
 
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25/11/2011
O Vento e o Tempo .cap.II
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Nina Rozendo Lopes - Osório - RS - Brasil
Muito bom! Estou curiosa, quero continuar lendo sobre a nossa história. Parabéns.
Felipe Menger Janicsek - Capão da Canoa - RS - Brasil
Maravilhoso texto. Uma grande aula de história em poucos parágrafos! Parabéns.
Resposta: Obrigada, Felipe. Tenho certeza de que se não estivesse bom, não me dirias nada. Então, fico motivada para continuar....
 
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