Mais um fabricante de equipamentos de microgeradores de energia deve anunciar na próxima semana o início de operações comerciais no Brasil para aproveitar do nascente mercado seguindo da regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que permitiu empresas e residências gerar sua própria energia. Desta vez é a italiana Ropatec que, após dois anos de conversas com um parceiro nacional, vai investir R$1,5 milhão até o final de 2012 na implementação de operações comerciais e sistemas de importação de equipamentos de geração eólico verticais com capacidades de 750W a 30kW.
“O mercado de microgeração no Brasil não nasceu ainda, mas vai ter um bom por que tem um enorme potencial”, disse Fernando Miceli, presidente da Ropatec Brasil, filial da empresa Italiana. “Conversei com muitas empresas no último ano e há muita interesse”.
A abertura da unidade brasileira deve acontecer durante o 3º Microgerar, evento sobre microgeração e inclusão social que ocorrerá em Brasília entre os dias 22 e 23 de maio.
Segundo Miceli, o setor de microgeração deve começar pelas empresas grande e médio porte, depois o setor residencial deve decolar à medida que o setor se estruturar para oferecer não só escala e apoio técnico e equipamentos de custo menor.
“A decisão de fabricar no Brasil já está tomada, por que o Brasil vai ser a base para exportação para toda a América Latina”, revelou.
Falta avaliar o potencial de microgeração no Brasil, mas o mapa eólico Brasileiro coloca em 140GW o potencial, claro baseado em granes centrais eólicas de atualmente 50MW mas que em breve chegarão a 1GW. O setor de microgeração eólico no mundo já supera 270MW com milhares de pequenas turbinas com até 100kW de potencia instalada. Em 2010, este setor no mundo cresce mais de 50% em faturamento e deve continuar em alta apesar da remoção subsídios governamentais à medida que a expectativa do preços de energia seja de alta e a consciência ambiental aumente.
“No Brasil, percebi que há uma mistura de motivadores pela demanda que inclui preço de energia e possibilidade vender o excedente de eletricidade”, lembrou Miceli.
No estudo inicial do projeto, Miceli avaliou cerca de 20 projetos demandados por compradores e deve já, de início, começar a fornecer par cinco projetos. Sem ainda poder divulgar os preços para os equipamentos que serão comercializados, Miceli revelou que o retorno no investimento pode se dar em dois ou três anos, e cairá assim que os geradores forem fabricados no Brasil pois terão vantagens fiscais pelo programa Finame do BNDES e escala, reduzindo o preço final.
Miceli, um empresário do setor de comércio exterior começou a estudar o setor durante uma estadia na Itália, olhando para o desenvolvimento do mercado brasileiro. De fato, ele foi ajudado pela crise financeira internacional que afetou pesadamente o setor, atrasando a conclusão de pedidos.]
“A Ropatec estava estudando ir para os Estados Unidos, mas mostrei que o Brasil ofereceria melhor oportunidades como um crescente mercado de consumo de energia por causa do crescimento econômico, da discussão sobre regulamentação para a venda de excedente e as Olimpíadas, que estava convencido que iríamos ganhar”, lembrou.
Miceli não está só com seu otimismo ao olhar o mercado brasileiro. Mesmo antes de se instalar no Brasil, já existem investidores nacionais e internacionais interessados em comprar uma participação minoritária na empresa brasileira.
“Vender uma participação é uma alternativa, vamos estudar isso ou a obtenção de financimento pelo Finame”, explicou. |